30.6.02

Sei lá o motivo, mas gosto de histórias desse tipo.
Já cortei o cabelo, troquei o brinco, viajei, modifiquei ligeiramente o guarda-roupa, comprei livros e gibis que só tinha ouvido falar e estou acelerando no escrevinhamento de ficção.

E dei a maior parte dos gibis que acumulei durante a minha adolescência na semana passada. Foi embora quase tudo que comprei até meus 18 anos e uma parte do que comprei depois. Só fiquei mesmo com aquilo que quero reler. Deu pena, mas preciso de espaço para as coisas novas. E são tempos de mudanças.

A Seguir: Rodolfo destrói seus diários e aprende a desenhar.
Mó chato quando você escreve algo e depois de publicado conclui que não funciona.

Bem, a da próxima quinta está muito melhor.
Coisa nova no Aoristo: Parábola II. Ao contrário do que pode parecer, o blog não parou: apenas estou me poupando do constrangimento de postar o tipo de coisa que tenho escrito ultimamente.
Dia de Gibi Novo: New X-Men 126 e 127, The Filth 1 e St. Swithin's Day

Superdose de Grant Morrison. E - melhor ainda - The Filth não vem diluída como X-Men.

Eu gosto do trabalho de Morrison em X-Men. Afinal, ele é tremendamente superior a qualquer outro escritor que trabalhou no título nos últimos 20 anos (o "tremendamente" inferior não se aplica a Mark Waid). Mesmo sendo melhor que qualquer edição do título - e que o cara esteja obviamente se divertindo muito - , X-Men está muito longe dos melhores trabalhos do escocês.

A 126 foi o final da história com Cassandra Nova, amarrando as pontas do último ano. Obviamente, os X-Men derrotam a criatura incrivelmente poderosa. Uma das coisas legais é que, em momento algum, eles parecem ter nenhuma dúvida do seu sucesso.

A 127 é uma história com Xorn, o x-man mais novo. História típica: x-man sozinho vai atrás de mutante caçado pela população, quebra a cara, mutante caçado morre, x-man reflete sobre a vida. O melhor da edição é a arte-final, feita por Bill Sienkiewicz.

The Filth é aquilo que eu estava esperando desde o final de Invisíveis: um projeto pessoal de Morrison, sem encheções com cronologia, personagens requentados ou audiências adolescentes. O primeiro número lembra as coisas mais absurdas de Invisíveis, só que tudo é feio.

A história - que terá treze partes - começa com um ex-agente secreto sendo chamado de volta à ação. Primeiro, é claro, é preciso despachar a para-personalidade que ele assumiu. E, nas últimas páginas, a ameaça é apresentada.

Só tenho uma preocupação quanto a The Filth: que a série caia na auto-paródia e vire um remix de Invisíveis.

Completando a dose, Sr. Swithin's Day, um trabalho antigo de Morrison em parceria com Paul Grist. Uma história direta e sem pirotecnias - adolescente angustiado resolve matar Margareth Tatcher - mas muito bem escrita. O personagem principal e seus monólogos convencem, e as motivações para o assassinato também. Lembra um tanto Kill Your Boyfriend, mas muito mais simples.

Uma coisa em comum entre todas elas - e os trabalho de Morrison em geral - é o quão impactante as páginas de abertura das histórias são. Não acredita? Dá uma olhada. Não é mérito do artista, mas do escritor: por melhor que seja a arte, a impressão qeu tem algo acontecendo vem é do roteiro.

29.6.02

The New Economy Was a Myth, Right?
Coisas que sempre é bom saber, mesmo torcendo para nunca precisar usar.
Ainda estão bem longe dos makers de Transmetropolitan mas já é um passo na direção certa.
Um deputado americano apresentou um projeto de lei que, se aprovado, dará às industrias de software e entretenimento o direito de detonar seu computador. Massa.

28.6.02

Qual a melhor maneira de descascar bananas? Que ponta resulta em menos trabalho? Eu nunca tinha pensado a respeito e não podia imaginar que esse é um tópico interessante para os economistas.
so many beautiful ladies and not a cum shot in sight

Impressão minha, ou isso e isso têm muito em comum? Ah, sim: lembre-se de seguir os links - mas só depois de fazer esse teste. (Agradecimentos à Cecília e ao Hiro).

27.6.02

Quando eu era um adolescente e estava apaixonado por uma menina, enrolava meses até tomar alguma atitude. Ficava inventado mil histórias na minha cabeça: pequenas cenas ridículas de um casal todo feliz, passeando de mãos dadas, dançando por aí, rindo e tal. Talvez a culpa disso seja que desde cedo fui um leitor compulsivo, devorava tudo que havia pela minha frente e, sem mais nada para ler, um dia comecei a roubar as revistas femininas da minha mãe e da minha irmã. E aquelas idéias de romantismo, príncipe encantado, o homem perfeito, essas bobagens que as revistas publicam ficaram na minha cabeça. Então, sempre pensei muito mais em cortejar do que em agir.

Pensando bem, isso não acontecia apenas quando eu era adolescente. Continua acontecendo. Inclusive, hoje à noite passei um bom tempo lendo as revistas de Giovanna. Fiz até aqueles testes idiotas.
Aí. Foi isso que quis dizer com "empatia" com o protagonista de Clube dos Corações Solitários.
E o pêndulo do cool vai pro lado das gordinhas - termo elástico, aliás. Daqui a seis meses volta pra qualquer um dos outros lados, endoidando de novo quem está acima do peso.
Terminei Clube dos Corações Solitários, do André Takeda. É legal, fácil, rápido, leve, mas muito longe de ser um grande livro. Apesar de nunca ter vontade de ter banda, não ligar muito para esse negócio de rock e não fumar, me identifiquei com os personagens do livro. E - mais ainda - identifiquei nos personagens e situações pessoas e coisas que conheço.

E daí?

Não é tirar o mérito de Takeda - a prosa flui bem, os diálogos convencem e as metáforas são metáforas - mas o livro parece mais um diário que um romance. Os capítulos se encerram em si, nenhum deles tem flash forwards ou deixam subentendido um plano do autor.

E mesmo assim eu gostei e recomendo. É contemporâneo e flui bem. Só isso já basta.
A prefeitura Rio vai instalar 300 câmeras com programas de reconhecimento pela cidade. São Paulo deve fazer o mesmo em breve. Além de invasivas e terem propósitos bem diferentes dos apregoados, o software que acompanha as câmeras funciona mal.

25.6.02

Cara, você disse tudo.
Quando eu tiver 18 anos quero ser como ele.
Comecei a ler Clube dos Corações Solitários, disposto a não gostar. Mas o André Takeda escreve bem - apesar de não responder os e-mails com textos para o site dele - e, rolou uma empatia com o protagonista.

Desconfio muito desse negócio de literatura pop. Não consigo deixar de lado a impressão que é algo meio imaturo, confessional demais, que todo mundo pode fazer (note que não disse fazer bem). Por outro lado, é contemporâneo pra caralho, e não quero muito mais que isso das coisas.

Se continuar no ritmo, termino o livro amanhã. Se não tomar cuidado, viro indie.
Se a escolha do Arts & Letters Daily, um blog para lá de sofisticado, quase pernóstico, já tem um quê de surpresa, o fato de ter sido escolha do público, não do júri (que preferiu a página central da BBC News), faz qualquer um repensar quais as prioridades dos leitores neste novo meio.
Pedro Doria, do no.zinho, comentado o último Webby.
O Audiogalaxy fechou - mais ou menos -, apesar de não haver indícios que os sistemas de partilha prejudicam as vendas. Quer dizer, tirando os usuários.

24.6.02

Algumas vezes a vida é muito, muito difícil.

Which Angelina Are You?

Dia de Gibi Novo: The Authority: Under New Management

Estou tentando resistir e não ler todos os gibis que comprei na viagem nos próximos três dias. O dinheiro neles foi gasto rápido, mas só é gasto mesmo quando eu tiver lido.

Quem vem sempre por aqui já sabe da minha desconfinça com as edições nacionais. Não gosto de comprar as traduções das séries que quero muito guardar, já que as editoras têm o péssimo hábito de mudar formatos, política de distribuição ou simplesmente falir. Além disso, Authority me empolga muito, juntando as duas coisas, resolvi comprar a segunda encadernação (apostando que a Pandora não fecha nos próximos quatro meses).

O trade tem duas histórias: uma de Warren Ellis e Brian Hitch e outra de Mark Millar e Frank Quitely. Apesar de manter uma série de elementos, a abordagem dos dois autores é bem diferente (mas igualmente interessante).

A história de Ellis - Outer Dark vai no caminho das que já foram publicadas aqui: uma ameaça gigantesca (o criador da Terra voltando para formatar o planeta), um monte de idéias interessantes e o ritmo acelerado de sempre (mais intenso ainda por conta da bomba-relógio dentro de um dos personagens). O discurso político está lá, mas é mais uma postura ou um tom que qualquer outra coisa.

Já a história de Millar inverte um pouco as coisas. Em vez de lidar com os problemas em uma escala global e a partir dos espólios encontrar maneiras de melhorar o mundo, o grupo passa a intervir diretamente. Obviamente, isso traz a política do fundo do palco para debaixo dos holofotes.

Como Millar não é um chato do DCE, isso não impede a ultra-violência, o humor ou cenas de ação muito bem feitas. E a história - The Nativity - se presta muito bem a isso tudo: um "cientista louco" que passou os últimos 50 anos criando pós-humanos (como eles chamam os super-heróis) decide seqüestrar o Espírito do Século XXI, para moldar o século através da criança. O Authority vai resgatar o bebê.
Daí eu viajo, gasto a maior grana em livros e gibis, não encontro o único que fazia questão (tá, eu também queria muito esse, que não achei). Chego em casa e dez minutos depois, já descubro outra coisa que tenho que ter. Isso nunca tem fim?!

Espero que não.

21.6.02

These are real subsmissions to comics letters pages from days gone by, penned by the real pros of today.
Cabeceira: Meu problema com Borges .
Estou no pior lugar do mundo. Milhões de coisas, vontade de comprar tudo, e os cheques que depositei não caem na minha conta. Life sucks.

Then you die.
E, falando em obras-primas: Pac-Man e a Trilogia das Cores.

Eu gosto muito dessa série da Salon. Principalmente por reconhecer a completude e o êxito de formas desprezadas, como videogames e seriados.
Dia de Gibi Novo: Maus

Finalmente estou preeenchendo uma lacuna na minha educação quadrinhística. Nunca tinha lido Maus, acho que sequer tinha visto uma cópia. Olhando os livros na casa onde estou hospedado - beats e Douglas Adams são os mais presentes - encontrei a história do Art Spigelman sobre seu pai, um sobrevivente dos campos de concentração da Segunda Guerra.

Se ainda houvesse algo a dizer sobre Maus, eu diria que a maneira como cada um dos grupos da história - judeus, alemães, poloneses - é representado por animais - ratos, gatos e porcos, respectivamente - é um saque extraordinário. Também diria que a maneira com que o autor consegue explorar a personalidade do seu pai - sobrevivente e pé no saco - é muito bem feita.

Se você não ouviu isso antes, vá ler Maus. Se eu não gostasse tanto da dona da casa, iria roubar para colocar junto de Do Inferno.

18.6.02

Dia de Gibi Novo: The Authority 1

Não, não fiquei rico e resolvi comprar as caras edições passadas americanas. É a edição nacional mesmo, um flip book com Planetary. Chegui a uma conclusão sobre The Authority: as histórias são bem melhores nos trades. A rapidez e intensidade delas ficam prejudicadas quando não dá para ler tudo de vez.

Planetary é ótimo de qualquer forma.
O Mario Av está de roupa nova. Gostava bem mais da velha.
Ando meio por fora das notícias. Não estou em casa, conexão dial-up e com bem pra fazer em São Paulo que ficar na frente do computador. No mometo, stou no Itaú Cultural e aproveitei pra postar.

Comprei uns poucos livros - duas hqs (Alec, do Eddie Campbell e A History of violence) e um livro (uma tradução de Do Android Dream of Eletronic Sheep, do Philip K. Dick) e visitei uns sebos. Comento depois.

14.6.02

Depois de um tempão, comprei uma revista de papel. Foi a Scientific American Brasil. Ainda não li nada, mas tive a impressão que vou gostar da revista.

Além de ser o primeiro número de uma revista científica - que não é a Superinteressante, que não está legal há um bom tempo - coisa que costuma me interessar, a capa é nanotecnologia, tema que me fascina. Doze páginas, sem ilustrações gigantes ou gráficos a torto. Se o texto - que não é só tradução da original - prestar, tou colado.

13.6.02

Vinte Evocações

5. NADA MERITÓRIO. Nikolai estava de licença do Conselho do Anel com dois homens da sua unidade. Eles estavam bebendo em um bar chamado o EPILÉTICO ECLÉTICO. O primeiro homem era Simon Afriel, um jovem Matriz encantador e ambicioso da velha guarda. O outro homem tinha um olho implantado Mecanista. Sua lealdade era suspeita. Os três homens discutiam semântica. “O mapa não é o território,” Afriel disse. De repente, o segundo homem pegou um aparelho de escuta quase invisível da borda da mesa. “E a escuta é nada meritória,” ele brincou. Eles nunca o viram novamente.

... Um pirata Mecanista, funcionando mal, traindo linhagens de genes. Aparelhos de escuta invisíveis compram, cultivam e vendem você. O jovem Matriz ambíguo da estação, morto durante o ataque. Psicotecs defeituosos produzidos por meios sexuais, o corpo dissecado de um agente comercial. Os sistemas cibernéticos o ajudaram a tirar suas coisas dos olhos plásticos...

Bruce Sterling

12.6.02

Nada para "ler" no sentido estrito, mas esses dois sites - um só de fotos, o outro com retratos de escritores e personagens - são muito legais.
Plágio, citação, homenagem, pastiche... essas coisas são complicadas.
Quer ser escritor? Por pouco mais de cem dólares um "editor associado à Penguin" vai ler seu manuscrito. Depois dessa, desisto de ser escritor. Alguém sabe como se faz para ser editor?
YES!
Corporações que lidam com produtos prejudiciais estão utilizando técnicas de marketing viral para atacar a reputação de cientistas cujos estudos apontam os tais prejuízos. Lindo, não?
Você já foi no site da Play, não? E já leu as colunas, né? As minhas preferidas são Hectorama e Quando eu era um alien, do Hector Lima e da Cecilia Giannetti.

11.6.02

Vinte Evocações

4. PÁTINA DE FLOCOS. Suor escorria pela gola trançado da túnica militar de Nikolai. O ar na estação abandonada ainda era respirável, mas insuportavelmente quente. Nikolai ajudou seu sargento a despir o mineiro morto de suas posses. O corpo anti-séptico do Matriz morto estava dissecado, mas perfeito. Eles conversaram em outro setor. O corpo do pirata Mecanista se estendia irregularmente na gravidade débil. Morto durante o ataque, seu corpo apodrecera por semanas dentro do traje. Dois dedos de uma patina de flocos acizentados devorara seu rosto.

Bruce Sterling

Ao contrário do que muitos esperavam, os sites de notícias e jornais transpostos para a rede não prejudicam a venda dos jornais de papel. Em alguns casos, o efeito é o oposto. Será que o mesmo acontece com as revistas eletrônicas?
Uma artigo interessante, descrevendo
como a indústria fonográfica está encolhendo para se tornar tão grande e influente quanto a literatura - de quem a música usurpou o holofote na década de 50. E explica direitinho qual é o verdadeiro problema das gravadoras com os napsters.
Tadinha da Winona Ryder. Tão lindinha e tão complicadinha.

10.6.02

Um vídeo com mendigos se batendo e fazendo outras podreiras está causando polêmica nos EUA. Exatamente como os autores queriam.
O discurso dos estúdios e gravadoras contra a pirataria está calcado na proteção dos artistas - que não teriam como ser pagos se as obras não fossem. Mas adivinha só quem mais sacaneia os artistas?
Vinte Evocações

3. UMA PERNA DEFEITUOSA. Houve o dia quando Nikolai viu um Mecanista pela primeira vez. O homem era um diplomata e um agente comercial, estacionado por sua facção no habitat de Nikolai. Nikolai e algumas crianças de sua creche estavam brincando no corredor enquanto o diplomata espreitava. Uma das pernas do Mecanista estava com defeito e ficava fazendo clic-whirr, clic-whirr. Um amigo de Nikolai, Alex, imitou o mancar do homem. De repente, o homem se virou para eles, seus olhos plásticos dilatando “Linhagens de genes,” rosnou o Mecanista. “Posso comprar vocês, cultivar vocês, vender vocês, cortar vocês em pedaços. Seus gritos: minha música.”

Bruce Sterling

Por que as pessoas inteligentes também toma decisões que até pessoas muito burras podem ver que são estúpidas?
Dia de Gibi Novo: Tudo o que você sempre quis saber sobre sonhos... mas tinha medo de perguntar

Antes de mais nada, tenho que dizer que a maioria dos spin-offs de Sandman são um lixo. Um monte de idéias requentadas das de Neil Gaiman - que já é um reclicador - sem a qualidade da prosa ou das imagens.

Mas essa edição é diferente. Nela, são respondidas algumas perguntas constantes sobre os sonhos, usando os personagens do Reino dos Sonhos de Gaiman. Melhor dizendo, as perguntas - "o que causa os pesadelos?", Por que tantos sonhos são de natureza sexual"... - são evitadas ou no máximo respondidas tangencialmente em histórias curtas e engraçadíssimas.

O escritor - Bill Willingham - não tenta escrever Sandman, mas um filme de Woody Allen. Muito divertido e altamente recomendado.
Se você lê e gosta de quadrinhos: leia a entrevista que Grant Morrison deu ao Newsarama, fique empolgado com as idéias dele e prepare-se para juntar-se ao exército de conquista.

Se você não lê quadrinhos: leia a entrevista e tenha medo.

Em três partes, convenientemente chamadas 1, 2 e 3.

9.6.02

Vagarosamente, a Internet vai causando modificações na China. Apesar de significativas, nada indica que - num país onde as pessoas ainda costumam desaparecer com freqüência por algo que disseram - as modificações vão continuar.
Vinte Evocações

2. NUNCA NASCIDO. “Você quer dizer que todos nós viemos da Terra?” disse Nikolai, descrente.
“Sim,” disse o holo gentilmente. “Os primeiros colonos verdadeiros no espaço nasceram na Terra – produzidos por meios sexuais. Claro, centenas de anos passaram desde então. Você é um Matriz. Matrizes nunca nascem.”
“Quem vive na Terra agora?”
“Seres humanos.”
“Ohhhh,” disse Nikolai, seus tons em declive traindo uma rápida perda de interesse.

Bruce Sterling

8.6.02

Depois do gerador de séries de televisão, ser um escritor de filmes de segunda não podia continuar tão difícil. Experimente.
I assume I will outlive the medium. Kids don’t read comic books. There is no replenishing audience. It’s sown the seeds of its own demise.

Howard Chaykin


I stopped writing comics feeling like that I'd done a few good ones. Having said that, that was five years ago. I'm now starting to get interested in comics again as a medium. I'm partly going, "I wonder if I could still do it?" You know, there's that old gunfighter kind of mentality.

Neil Gaiman


The first superhumans will need to be given forward-moving ideas instead of backward-looking doctrines. It will be in our own interests to show them a copy of Superman before we show them a copy of Mein Kampf as I've said elsewhere.

We will have to show them comics. In fact, I have a feeling they will demand to see them. Comic books are the only art form forward thinking enough to have mounted a sustained examination and critique of the superhuman ideal. I imagine that these new people will learn a lot about how to behave and how not to behave from books like X-Men or Miracleman or The Authority.

Grant Morrison

Resolvi começar de novo o Storming The Reality Studio - A Casebook of Cyberpunk and Postmodern Ficton. Uma das coisas que li e gostei muito foi um conto do Bruce Sterling, Twenty Evocations. Nas próximas semanas, vou colocar aqui uma evocação por dia, devidamente traduzida.

Vinte Evocações

1. SISTEMAS ESPECIALISTAS. Quando Nikolai Leng era criança, sua professora era um sistema cibernético com uma interface holográfica. O holo assumia a forma de uma mulher Matriz jovem. Sua "personalidade" era um sistema especialista composto manufaturado pela Matriz psicotecnologias. Nikolai a amava.

6.6.02

Where's my fucking column?

Quem pergunta agora sou eu, não minha editora. Não costumo comprar jornal - suja a mão - mas olho nas transposições. Semana passada, não estava no ar. Minha mãe - que compra jornal, mas esquece na casa de praia - comentou a coluna (que falava de Raymond Chandler). E nada no site.

De qualquer modo, a de hoje tá aqui, falando de A Trilogia de Nova York.
Se o povo de Hollywood quer gazer filme de tudo quanto é gibi da Marvel, cadê o do Quarteto Fantástico?
Diferente do que tentam vender, ler não é uma forma de melhorar a sociedade, nem "bom" para ninguém, do mesmo jeito que tomar óleo de fígado de bacalhau vai "fazer bem".

Ler é de fuder e pronto.
Acho que todo mundo já viu aquelas piadas nais quais uma mulher entediada, deia e de bobs faz sexo por telefone como se nada estivesse acontecendo. Apesar de não ser nem de longe como a publicidade vende, parece que o negócio não é bem assim.

5.6.02

So apparently I fucked my editor's niece.

Her name's Yelena Rossini. Anglo-russian-italian family. Old heath road. Her family are so old money they're prehistoric-riche.

I fucked my editor's niece and she says nothing happened. But I know it did. Because I'm clever. And because I left my shades on. And my shades' defense system thought all the falling down and rolling around and stuff was an assault. And what does it do when there's an assault? I'm glad you asked.

It takes pictures.
Spider Jerusalem, mostrando alguns dos perigos do futuro, em algum ponto de Year of the Bastard.
Grant Morrison finalmente vendeu o roteiro de um filme para Hollywood. Tomara que o filme seja feito, mas se não for, já é legal o cara ganhar uma grana para não precisar tanto com ganhá-las com os quadrinhos.
Depois que hackers violaram o sistema de proteção de cds criado pela Sony, fica a pergunta: algo tão simples é ilegal? Claro que é, mas é errado? Tecnologias como essa - e a mentalidade subjacente - provavelmente vão atravancar o progresso tecnológico.
Recentemente a Cult mudou de dono e projeto editorial. De 40 mil exemplares por mês, a nova proprietária quer chegar aos 150 mil.
Um texto a favor da pena de morte. O autor - um juiz da Suprema Corte americana - tenta defender a pena capital dos vários ângulos de ataque possíveis. Não acho que consiga, mas deixou mais claro para mim porque sou contra.

3.6.02

Dia de Gibi (Mais ou Menos) Novo: Transmetropolitan

Como comentei num post anterior, recebi três encadernações de Transmetropolitan. Já tinha lido - e possuído - as duas primeiras, mas vendi num dos meus surtos de pobreza. Agora que finalmente posso ler o terceiro trade, resolvi reler todas as outras edições que tenho.

Se você não esteve aqui antes, Transmetropolitan é uma ficção cyberpunk, escrita por Warren Ellis que mostra a rotina do jornalista Spider Jerusalem (um remix de Hunter Thompson) de volta à Cidade, depois de alguns anos fora. Como toda a ficção cyberpunk, Transmetropolitan traz um cenário sobrecarregado de imagens e temas que estão diretamente relacionados com o presente; uma espécie de comentário do panorâma do momento da escrita.

A Cidade desenvolvida por Ellis parece muito com qualquer grande cidade hoje, só que mais: mais gente, mais variedade, mais malucos, mais fria, mais limpa... A tecnologia aparece muito na história, mas na maior parte do tempo é só plano de fundo, interferindo muito pouco no destino das histórias ou servindo como metáfora para situações atuais (pessoas despertas de criogênia em lugar de refugiados e sem-teto; gente que mexe com seu DNA para se tornar alienígena sofrendo o tratamento que ainda hoje é dispensado a negros e homossexuais).

Resumindo, o gibi é do caralho. E Spider Jerusalem é um puta jornalista. Se descontarmos os exageros - já que Transmetropolitan é uma sátira - dá para ver isso muito bem. Não só pelo texto, mas porque o cara realmente se importa em ir atrás do que está realmente acontecendo e é realmente importante.
Blogs com poucas visitas serão cancelados
Sério.
Não gosto quando a realidade resolve ter senso de humor. Enquanto lia isso aqui, o computador travou e perdi boa parte do trabalho em uma imagem.
Taí, uma notícia boa: o NO voltou, em versão diet: é o No Mínimo. Não tem todas as calorias do outro, mas já é alguma coisa.
A vida glamurosa de um autor de quadrinhos alternativos.
Só terminei Caçando Carneiros hoje. O livro é bom, mas com o desenrolar da trama não empolga. As coisas acontecem muito lentamente e de um modo que tem muito pouco com as ações do protagonista, que é mais um espectador atento do que acontece com ele que qualquer outra coisa.

Caçando Carneiros foi um livro estranho de ler. Não sentia a mínima vontade de pergar o livro para ler, mas quando isso acontecia, lia muito mais do que pretendia fazer. Isso é mais estranho ainda se considerar quão pocuo suspense há no livro para ser um mistério. Aliás, o livro se concentra mais na banalidade da vida do protagonista que em qualquer outra coisa.

Mesmo assim gostei.
Public Enemy's "Fight the Power" will hold a place in pop music's canon long after its authors have left our collective memory, even after hip-hop morphs into whatever new form it will inevitably take. Like "Do the Right Thing," the Spike Lee film to which it was tied, the song broke at a crucial period in America's struggle with race, capturing both the psychological and social conflicts of the time.
Fight the Power, uma das obras-primas da Salon.
The Wired Sci-Fi Top 20
Depois de anos de promessas e filmes mais discretos, as câmeras digitais chegaram ao mainstream, com Episódio 2. Como era de se esperar, as discussões das possibilidades estéticas dessa tecnologia acompanharam.
I think that future humans are going to look back at this period now, and see it as a very, very primitive time. I think they're going to go: "My God, people used to live into their 70s, and then they died of horrible diseases at that young age, and children were just the problem of this random meeting of sperm and egg. This is really strange."
Gregory Stock, diretor do programa de Medicina, Ciência e Tecnologia da UCLA, em entrevista.

2.6.02

To regard people as 'temporarily backward' rather than 'permanently different' is to accept that while people are potentially equal, cultures definitely are not; it is to accept the idea of social and moral progress; that it would be far better if everybody had the chance to live in the type of society or culture that best promoted human advancement.
Mmmmm... acho que mais cedo ou mais tarde eu vou ter que conciliar minha crença simultânea em perspectivas iluminista e multiculturalista. Não que elas sejam mutuamente excludentes por princípios, mas há muito atrito entre elas.
Apesar de eu não gostar muito de nostalgia, é inegável que nem tudo ligado aos computadores é progresso. A não ser que eu admita ser preguiçoso mesmo e reconheça que as possibilidades de enrolação que eles trazem me agradam bastante.